domingo, 20 de março de 2011

Fez-se “HIC” dentro de mim

Queria dar um "simbólico" testemunho do que foi esta peregrinação á Terra Santa. "Simbólico" porque acho que nunca conseguirei pôr por escrito o que lá vivi e senti, e porque infelizmente não tenho o dom da expressão escrita. Se fosse em números era para mim mais fácil: era só escrever n∞ (n elevado ao infinito). Mesmo as fotografias sabem a pouco. Servem mesmo é para me fazer recordar cada um dos lugares que pisámos.

Deixando as graçolas, a Graça que lá recebi foi imensa, tal como foi a Graça de Deus me ter proporcionado esta hipótese de ir NESTA peregrinação. Tive muitas outras hipóteses, há mais tempo atrás, de ir também com o Rui, mas Ele só agora quis que eu fosse. E agora percebo porquê (como tantas coisas que se passam na nossa vida e que só percebemos mais tarde o porquê delas). Não sei como foram as outras, mas esta foi PERFEITA. Mais uma vez dou graças pelo Mimo que recebi, e agradeço a todos os que a proporcionaram.

A organização - a cronologia perfeita dos sítios por onde passámos, o vivermos passo a passo a vida de Jesus, a oportunidade de estarmos nos locais importantes sem perturbações e com tempo para "ESTAR", para sermos tocados, para rezar e para O poder ouvir, as orações do Pe. Dário e as "achegas" do Rui para nos fazerem meditar cada um dos locais, o complemento da espiritualidade com a história, os encontros tão importantes para arrumar "a casa" depois do "reboliço" interior vivido no dia, etc

O Grupo - eu sou suspeita para falar porque estava no meio de uma família muito grande, mas acho que nos tornámos todos numa grande família. Houve muito boa disposição com as queridas primas Braganças sempre bem-dispostas, não houve atritos, houve tolerância, muita amizade e pontualidade! Todos se deram com todos.

O apoio - do Alex foi espectacular, e a segurança que transmitia (sim, porque todos nós nos sentimos muito mais seguros com ele por perto!); a componente histórica daquele lugar é tão importante para se perceber muita coisa do evangelho e ele foi um mestre. A Helena também, embora não tivesse percebido se ia como peregrina ou profissionalmente, ou as duas.

Acho que é muito difícil dizer o que me marcou mais, porque ao rever tudo, tudo me marcou e tocou muito. Tocou-me primeiro a magia daquele país. Não sei explicar exactamente porquê, mas sente-se no ar. Jerusalém mexeu comigo. Como agora percebo o Rui se ter apaixonado por aquela cidade quando lá foi a primeira vez. Aconteceu-me o mesmo.

Poderia enumerar todos os sítios por onde passamos, como fez a Teresa Marim, porque é difícil dizer quais foram os que me tocaram mais. Mas se tiver mesmo que escolher os mais especiais, foram:
- A igreja da Anunciação e pisar o chão onde a Sagrada Família viveu durante cerca de 30 anos foi o primeiro abanão. Estar ali e viver de forma tão profunda naquela capela o “Sim” de Maria, naquela celebração fantástica, pôs-me logo o coração em alvoroço. A partir daí nunca mais acalmou, o desgraçado do meu coração.
- A missa em Tabgha - Lugar do primado e da multiplicação. “Pedro tu amas-me?” foi mais um momento alto – será que amo Deus de verdade, e O levo comigo sempre no meu dia a dia? Quantas fezes Ele me pergunta se O amo
- O deserto tocou-me bem fundo. Senti-O naquele ventinho inconstante, quer no sopro quer na temperatura, que ora era quente ora era fresca, tal como a minha vida. Como eu gostava de conseguir fazer uma hora de deserto na minha vida todos os dias. Conseguir parar, ouvir e rezar! Fantástico.
- Em Jerusalém, a Hora de Adoração na Igreja da Agonia, foi mais um momento muito especial. Estar no jardim das Oliveiras sem barulho!
- Por fim a missa em Emaus foi mais um "safanão", pelas vezes que não O reconheço quando Está comigo e pela partida que estava próxima. Chorei pela partida que estava próxima. Farei tudo para lá voltar outra vez.

Mas tudo isto só tem valor, se eu fôr capaz de viver a Sua palavra no meu dia-a-dia, de pôr em prática tudo aquilo que ali vivi e de conseguir dar testemunho ao meu próximo. Se não, tudo isto não passa de sentimentalismo “barato” (não muito, por acaso) e de mais um passeio a uma terra linda. E é tão difícil. As intenções são muitas mas a prática.......
Esta liberdade que Ele me dá, obriga-me a estar sempre alerta e sempre consciente de que há tanta coisa para fazer e que não posso relaxar. É tramado! Mas o facto de O sentir juntinho a mim dá-me uma alegria interior TÃO GRANDE que, por um lado não me deixa esquecê-Lo, e por outro dá-me força para "carregar pedras"!
E depois desta peregrinação, uma coisa tenho a certeza: sinto-O cada vez mais perto!

Inês de Castro Corrêa d’Oliveira

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