quarta-feira, 9 de março de 2011

COMIGO ASSIM SE PASSOU

Queridos amigos e peregrinos da Terra Santa:

Tal como o Rui sugeriu, passado algum tempo sobre o nosso regresso já estou em condições de passar á escrita o meu estado de alma.

Foi durante muito tempo o meu grande sonho ir á Terra Santa, mas só o queria fazer em peregrinação e Deus concedeu-me agora essa graça. A experiência não poderia ter sido melhor. Confesso-vos que estava um pouco apreensiva pois ia sozinha “ com mais 49 pessoas” das quais só conhecia três, mas senti-me muito bem e penso que também não fui aborrecida para ninguém.
Daqui levava todos os problemas, preocupações e incertezas que ocupam o meu coração no dia-a-dia, todos os pedidos que várias pessoas me fizeram para rezar por elas, as intenções daqueles que amo e que vivem neste momento situações difíceis, o peso era enorme e não me queria esquecer de ninguém. Depois parei e pensei que o Pai sabe tudo o que nos vai na alma e esse perigo não corria e assim começou tudo!
Tenho a dizer-vos que no dia que chegámos, já noite, a Jerusalém, senti algo que não se descreve por palavras e do qual já me tinham avisado. Depois de orarmos e do Alex ter feito a recepção habitual aos Peregrinos da Terra Santa, quando ficámos em silêncio a olhar Jerusalém, salpicada de luzes e com a cúpula dourada da mesquita á nossa frente, a cidade de Jesus e por Ele tão amada, libertei-me de tudo o que me preocupava e oprimia o coração, entreguei e chorei profundamente com a sensação de uma criança que procura e encontra toda a ternura do colo do Pai! Ele estava ali para nos acolher e a todas as nossas preces, para que vivêssemos com a alma leve e limpa e podermos com o coração aberto receber, assimilar e participar em tudo o que se iria passar nos dias seguintes. COMIGO ASSIM SE PASSOU.
Todos os locais visitados têm um enorme sentido para nós e como alguém disse num dos encontros o Evangelho passou a ser a cores e com perfeito conhecimento dos locais relatados, mas quero aqui salientar o que mais me marcou.
A Missa celebrada no Monte das Bem-Aventuranças tendo como pano de fundo o Lago de Tiberíades, onde o silêncio só era perturbado pelas aves, todos nós sentados bem perto uns dos outros ouvindo o Padre Dário falar fez--me sentir um dos discípulos de Jesus e cresceu em mim a responsabilidade, de tal como eles, difundir a Sua palavra. Abandonei aquele local cheia de Paz.
O DESERTO!!! Só posso falar por mim. Não há palavras só sensações, sentimentos, emoções, estamos sozinhos entre o céu e a terra. Fiz uma retrospectiva da minha vida, de tudo o que Deus me deu e daquilo que não Lhe dei, não propositadamente mas que por vezes não estou atenta aos sinais. Ali estava eu, onde nunca tinha pensado que fosse possível, a falar com Ele agradecendo--lhe tudo o que me tinha proporcionado na minha vida, a Sua presença sempre que dela necessito e já têm sido muitas vezes, todo o amor incondicional que nos tem. Por momentos achei que tinha asas e podia voar livremente até ao céu e voei, na minha mente.
Belém, a Gruta da Natividade fez-me imaginar tudo o que ali se passou, o Milagre da Vida e do Amor pelos homens.
Outro dos momentos que me tocaram especialmente foi a visita ao Jardim das Oliveiras e a Adoração na Igreja da Agonia, não dei pelo tempo passar, tão boa era a sensação e a Paz que tocava o meu coração.
O Calvário e o Santo Sepulcro são outros locais indescritíveis e que nos transportam a tudo aquilo que ao longo da vida fomos lendo e aprendendo, primeiro na catequese e depois na nossa prática da fé. É muito interessante e ao mesmo tempo estranho toda aquela mistura de objectos, cultos e credos que lá convivem.
Ao percorrer a Via-Sacra senti, no verdadeiro sentido da palavra, que Jesus estava ali comigo dando-me o conforto e a paz que eu tanto lhe pedi. Tal como aconteceu ali no passado, eu também não O reconheci logo, mas no minuto seguinte percebi o que se tinha passado.
O Padre Dário foi uma lufada de ar fresco maravilhoso naquela peregrinação. Eu não o conhecia mas fiquei profundamente agradada com a sua maneira de ser e sobretudo com a sua palavra, firme, directa e ao mesmo tempo tão iluminada. É muito agradável ver um Homem de Deus tão perto de nós e com tanto a ver connosco. Bem-haja pela paz e amor que me transmitiu.
Para o Rui o meu muito obrigado por me ter permitido integrar o grupo desta maravilhosa viagem e parabéns pela fantástica organização e um grande beijinho a todos os que colaboraram para que fosse tão perfeito.
Finalmente, mas em primeiro lugar, agradeço á Santíssima Trindade a dádiva enorme que me foi dada e pela qual tanto ambicionava. DEUS SEJA LOUVADO!!!!
Um beijo para todos, meus amigos e obrigado por serem como são.

Maria Vanda Belchior

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